sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Horas Rubras - Florbela Espanca


Horas profundas, lentas e caladas

Feitas de beijos sensuais e ardentes,

De noites de volúpia, noites quentes

Onde há risos de virgens desmaiadas...


Oiço as olaias rindo desgrenhadas...

Tombam astros em fogo, astros dementes,

E do luar os beijos languescentes

São pedaços de prata p’las estradas...


Os meus lábios são brancos como lagos...

Os meus braços são leves como afagos,

Vestiu-os o luar de sedas puras...


Sou chama e neve branca e misteriosa...

e sou, talvez, na noite voluptuosa,

Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

3 comentários:

Anônimo disse...

hora pois!

Pauline Machado disse...

Que coisa mais linda, amiga!

ADOREI!!!

Chega esquentou aqui... kkkkkk

Gabriel Tubbs disse...

haha

Quanto amor próprio, hein!

Adoro esses poemas de "eu sou o máximo". Tão mais divertidos que os suicidas.

Beijoss!
Gabriel.