“Odeio quem me rouba a solidão
(Nietzsche)
Pedaço de prazer/ perdido/ num canto do quarto escuro/ inferno paraíso/ vivo ou morto/ te procuro... (Leminski)
"Fujo da repetição de determinado refrão.
Daquele refrão que chega a pesar nas costas
E a trilhar os labirintos da memória.
Fujo mas parece que quanto mais rápido meu ‘eu’ corre
Mais onipresente o refrão se torna.
Quando vi, meus lapsos já eram acompanhados de uma nuance sonora.
Minhas paisagens multicoloridas e opacas vinham agora como um zunido no ouvido.
Não foi a minha melodia que me alcançou,
Foi um acorde solto -
O mesmo que acompanhava meu espírito
Com o zunido ... a tua perseguição
O nosso enquadramento,
as pegadas em par
a areia nos chinelos
Do acorde...
A fuga da composição
E o dedilhar
Junto ao meu deslize
Com o peso nas costas e os labirintos sinalizados
O par é único e intercala o atalho com o desvio.
Lá, vejo meus pés agora descalços.
Sentindo falta da areia dos seus".