Hoje te deixei ir por mais uma quadra.
Enquanto você ia, eu vinha.
Fui e não olhei para dar um aceno.
Acho que é a autonomia inicial de dois pés.
Ontem sentei na grama
Senti-me bem com aquele momento, intimamente, meu
Não assustei-me com meus longos minutos sem par
Fiquei curiosa
Eu ousaria dizer que até bem ambientada
Eu estava precisando me apresentar a mim
Agora, nesse minuto, te deixei ir mais um tanto
Quero ver o quanto você pode
Tenho ânsia de ver teu desvio
Onde será o destinatário
Hoje te deixei ir mais uma quadra
Vi e não corri
Não fui conferir quantas pegadas estavam lá
Não fui conferir o quanto de areia ficou no tapete de entrada
Não pairo mais naquele solo movediço
Agora sinto pingos que lavam meu rosto
e secam esta alma
Não quero mais perder a essência de cada minuto
Sem medo, sinto que te deixo ir mais um tanto.
Pedaço de prazer/ perdido/ num canto do quarto escuro/ inferno paraíso/ vivo ou morto/ te procuro... (Leminski)
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Lamento de Minolta II
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