Pedaço de prazer/ perdido/ num canto do quarto escuro/ inferno paraíso/ vivo ou morto/ te procuro... (Leminski)
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Decisivamente a imperfeição do pretérito
O vento, dessa vez, traz uma sonoridade francesa.
Oras estimulam nostalgia e o desejo de conhecer o que a de vir,
Em outras, a sonoridade se perde nas letras e linhas que se fazem não só literárias,
Mas também, poéticas e biográficas para ele.
Agora, com a faixa 7 como companhia, se desprende do próprio corpo.
Logo, na faixa 8, a subjetividade também se desprende.
Se desprende, mas não tem ponto, parágrafo ou morada fixa.
Pode ser que persista.
Pode ser que se perca em uma margem ou passo qualquer.
Física e conceitualmente livre.
Possuidor da liberdade de ficar observando gestos e manias desconhecidas,
Livre para poder decidir quando colocar um fim neste deleite do cotidiano alheio.
Emocional e interiormente oscilante.
As emoções não possuem o livre arbítrio.
Estão enraizadas em uma lacuna do pretérito – decisivamente-imperfeito.
Eis...
Para onde vai
Com a sua condição
E impossibilidade de ser livre?
Imagem: Foto: http://essecalice.files.wordpress.com
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2 comentários:
Ele está feliz, isso é que unicamente importa. Quem me dera experimentar esse tipo de liberdade, além da minha incompreensão
Arrasou!
Perfeito, o que é a liberdade se nossas emoções são criadas e cultivadas no pretérito imperfeito?!
Ótimo, lindo o texto.
Apesar de tudo cabe a nós decidirmos, vencermos o medo e seguir andando, repetindo emoções e descobrindo tantas outras num presente mais imperfeito ainda!
Viva o erro! O imperfeito!
Não consigo nominar a sensação que tive ao ler, só posso dizer uma coisa. BRAVO!
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