domingo, 26 de abril de 2009

Sem provas....sem 'crime'


As provas foram anuladas, ou melhor, rasgadas.
Mas pra quê?

Para anular o quê?
Isso é para renegar ou esconder?
Trocam-se pronúncias, álbuns e histórias já encenadas.

Ainda fica!
Fica a lacuna não respondida.

A ausente companhia.
A pasta, propositalmente, deslocada e esquecida.
A sua ida.

Agora sem as provas, como fica o crime perfeito?

Esquecido junto à anatomia que apresenta
“ 24 cm a mais que Minolta e olhos de um verde vacilante?”
Anulado com o passar de tempos e roteiros itinerantes?
Substituído pela intensidade banal?
Desbotado pelo eco de um prazer oral ou carnal?
Postado junto a outros nomes, corpos e representações?
Habitando os pensamentos dos mesmos vilões?

As reminiscências perguntam:

Onde está o corpo?
Cadê a causa e o efeito?
Onde está o ‘crime’?
Cadê aquele ‘crime perfeito’?

Um comentário:

Alan Salgueiro disse...

Li algumas vezes pra tentar captar o espírito do texto. Acho que é daqueles que não dizem claramente de forma proposital. Acho que essas provas banalizadas de um crime que parece ter sequer existido esconde uma analogia a ausência de alguém, uma lacuna física. Não sei se acertei, mas essa foi minha interpretação