sexta-feira, 31 de julho de 2009

Hai kai

No coração da noite
gemidos & sussurros
humanizando os postes

Simão Pessoa

É sentir, antes mesmo do olho perceber
Vagar, por não se perder
Ocupar espaço, porque não tem o corpo ocupado
Horas a fio, por não ter uma respiração ao lado
Sonolência que não vem
Afeto que preza outrem

Olhos na mesma direção
Tempo que pára
Vida que acelera
Alegria que exaspera

Não ter - que padece e assombra
Compulsão sem solução
Lembrança que perde para a agonia
Soluço em desritmia

Ocasião instintiva
Cumplicidade que não se vê
Destrancar que embate olhos
Olhos que cobiçam
Espreita furtiva

Toque vai, vem e desce
Nesse ato, a roupa se deixa

Peso que completa e aquece
Abraço que individualiza e enlaça
Alma que suspira
Calor que enobrece



"Se eu te dissesse coisas que eu fiz antes
Te dissesse como eu costumava ser
Você iria junto com alguém como eu?
(...)
Não importa o que façamos
Onde nós iremos também
Nós poderíamos ficar por aí e ver esta noite inteira".



quinta-feira, 30 de julho de 2009

trecho de Resíduos - Carlos Drummond de Andrade



(...)
Oh, abre os vidros de loção,
E abafa
o insuportável mau cheiro da memória.


Imagem: Vieirinha - site olhares

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Minha-Tua-Livre Lacuna



Quis escrever sobre

aqueles lugares

dos quais

me fiz

te tranformei

onde você me

e aquilo se




Imagem: Rui S. Nogueira - site olhares


sexta-feira, 24 de julho de 2009

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Um novo julho


Abri a pasta pensando em escrever uma dicotomia,
mas a prosa poética não acompanhou o pensamento
Então
Ficou guardado o desabafo
e o anúncio de descontentamento!



Imagem: site Paraiso Niilista

texto de Cristiano Farias


Meus passos vagam sozinhos
a procura de um céu
na boca maldita.

sábado, 4 de julho de 2009

Pouco aventurado suco de uva! (Fictício)


Suco de uva!
Não era nem uma taça que comportava o líquido.
Eu fui mais além.
Era suco de uva na caneca mesmo.
Nisso, a imaginação, ao invés de pairar por caminhos mais
interessantes,
se perdia por desvios insignificantes.
Uma pequena mostra:
Enquanto o monitor da TV
iluminava a sala e eu deslocava a atenção que seria da tela para o teclado,
nesse meio tempo, dei mais um gole e também dei risada.
O riso vem no momento em que me dou conta do ponto que cheguei.
Do grau que fui capaz de chegar.
Acho que a abstinência (não só alcóolica),
me deixa meio com o riso a flor da pele.
Ah, é véspera de feriado - esqueci de frisar neste pequeno
texto-testemunho.
Ah, são quase 02h e me pergunto (agora sem riso):
O que uma pessoa não excêntrica
e que não esteja cortejando abstinências
faz em uma madrugada véspera de feriado?
Não me sugira filminhos, aqueles filminhos!
Então......
E o que se fazer em uma véspera de feriado?
E eu novamente dou risada.
O motivo do riso?
Acredito ser o ócio não-criativo,
a falta 'disso - daquilo',
a rotina, 'mordomia' e monotomia do ócio,
a insônia,os flertes cibernéticos e ineficientes,
a solteirice meio inconveniente (humm),
e o mais provável:
a companhia e efeito pouco 'orgástico' do relés
suco de uva!!!